A história das mulheres é tão antiga quanto a história da humanidade, já a história do feminismo é mais recente. Como movimento em prol dos direitos das mulheres, tem origem no pensamento Iluminista dos séculos XVIII e XIX e está relacionado às revoluções americana e francesa e ao nascimento das Ciências Humanas e Sociais.
O feminismo surgiu nos marcos do Liberalismo, do Estado moderno, com a formulação das noções de Direitos Universais. Essa foi uma longa luta travada no seio da Revolução Francesa, de um lado, e da Revolução Americana, de outro.
Vários autores sustentam que o slogan “liberdade, igualdade, fraternidade” nascera mutilado, uma vez que não se estendia a todos os cidadãos, pois excluía as mulheres.
Como, aliás, tem ocorrido desde a Antiguidade Clássica grega, o parâmetro de cidadania é o cidadão homem (gênero masculino) e livre; só os homens são iguais entre si. No pensamento grego, que condicionou a cultura ocidental, o homem é o criador da ordem e da lei, enquanto a mulher está associada ao desejo e à desordem, ou seja, um ser inferior pela sua natureza.
O positivismo de Comte e as teorias evolucionistas de Darwin não contribuíram muito para a posição feminista, já que a partir desse contexto naturalista, foi extraída toda a argumentação acerca das diferenças sexuais, que enfatiza a inferioridade da mulher, argumento que encontra ressonância até nos dias de hoje e que sustenta a desigualdade. O mito da inferioridade da mulher percorreu uma longa e dura trajetória. Com o advento do capitalismo a família perdeu o seu caráter de unidade produtiva, à medida que deixou de produzir a maior parte dos meios de vida necessários à subsistência de seus membros. Esses meios passaram a ser produzidos nas fábricas, estabelecendo-se, assim, uma separação entre o mundo do trabalho (o público) e o da família (o doméstico ou privado). O homem, reconhecido socialmente como chefe da família, foi obrigado a vender sua força de trabalho no mercado. Mas, a mulher não ficou afastada desse processo. Ela se viu também sendo requisitada, em consideráveis proporções, para o trabalho na produção fabril.
O avanço tecnológico que lastreou a Revolução Industrial abriu caminho para uma participação massiva das mulheres na força de trabalho. A condição de inferioridade, que já vinha sendo atribuída à mulher, foi um dos principais objetos de interesse da burguesia, ávida em acumular riquezas. A passividade e a submissão da mulher dentro do mundo doméstico, desenvolvidas durante uma longa história de opressão, foram utilizadas para impor a elas o pagamento de salários inferiores aos dos homens e jornadas de trabalho excessivas e insalubres, o que ainda hoje acontece.
Uma das principais lutas das mulheres no século XIX e início do século XX foi pelo direito ao voto, incentivada pelo liberalismo democrático que pregava a igualdade e a liberdade.
Na década de 1960, o feminismo lutou pela igualdade de forma radical, com Friedman, nos Estados Unidos, com a queima de soutiens em praça pública. Esse movimento levou mulheres às ruas e abriu caminhos para outros movimentos na década de 1980, período em que o pensamento feminista construiu um novo caminho, inspirado em Beauvoir, quando as feministas sustentaram o pensamento de viver as diferenças na igualdade.
Nas décadas de 1980 e 1990, ganharam força a concepção da cultura e a busca por novas referências ideológicas, reflexões e debates. A nova configuração do pensamento feminista apresentou como características principais a rejeição das justificativas biológicas e da naturalização das desigualdades, a inclusão e a ênfase nas causas culturais da subordinação feminina.
No decorrer dos anos, as mulheres passaram por várias lutas para conquistar direitos e igualdade de gênero. Lutaram pelos direitos trabalhistas, pelo direito ao voto e contra as opressões dentro do ambiente familiar.
E, mesmo que a mulher tenha alcançado espaços no mundo do trabalho “extra lar”, ainda é necessário reconhecer.
Apesar do aumento significativo da inserção da mulher no mundo do trabalho “extra lar” e da conquista de novos espaços, as mulheres ainda são discriminadas.
A modernidade faz um convite às mulheres para participarem da vida social e, ao mesmo tempo, as rejeita e as excluí.
Por isso, a luta pela superação do processo de opressão e discriminação sofrido pela mulher, tanto no mundo público como no privado, não pode ser uma luta exclusiva das mulheres, deve ser também uma luta dos homens, pois juntos, homens e mulheres, irão libertar-se num exercício de transformações socias, partilhado de igualdade e liberdade.
PARABÉNS A TODAS AS MULHERES QUE FAZEM ESTE BRASIL MELHOR…